Matriz

Diva Morazzo
Mestre em História da Arte

(…) a arte desemboca em regiões
que não dominam nem o tempo
nem o espaço.
Marcel Duchamp

A Matriz integra-se na desconcertante diversidade da criação contemporânea, teia labiríntica onde se gera a concepção, em que os artistas buscam fecundos caminhos.
As formas expressivas dos objectos artísticos originam símbolos, reflexos da verdade oculta e indizível, tais como o da criação, do cosmo, do sol, da lua, da vulva, do círculo, da coluna do meio, da cruz, da árvore, da cópula sagrada, do triângulo, do sangue, da taça, do ouro, da prata, e do sete, cuja compreensão só poderá ser sentida quando se opta por um empenhamento activo.
O ritmo plástico das obras é uma constante, na complexa situação relacional de volumes, planos, tensões e equilíbrios, que tende para a consciência da unidade e da mútua inter-relação de todas as coisas.
Pode-se perscrutar as experiências de passagem a que os artistas se submetem e se transcendem, na dinâmica de construção das suas obras, ao exprimirem os seus desejos de forma, numa necessidade intrínseca de cada um comunicar o seu sentir íntimo.